Para se ser um bom técnico de relações públicas é necessário construirmos e consolidarmos boas relações com a comunicação social. Para isto, jamais poderemos mentir aos jornalistas. Uma boa relação com este público-alvo cria-se através dos valores que empregamos no exercício da nossa profissão. Honestidade, franqueza e transparência, são certamente os principais. Só com este espírito e mentalidade conseguiremos criar laços profissionais duradouros com os jornalistas e sermos considerados por estes como uma boa fonte, uma fonte credível.
Muitas das vezes, a pressão exercida pelos clientes (caso trabalhemos numa agência de comunicação), ou pelos directores (caso trabalhemos numa empresa) leva-nos a nós, profissionais de relações públicas, a empolar os projectos que temos em mãos. Há assim uma tendência para vender "gato por lebre" aos jornalistas. As conferências de imprensa, devido ao seu risco, são bons exemplos para ilustrar esta situação. Isto porque são eventos criados pelas empresas cujos destinatários são apenas os meios de comunicação social. Se não comparecerem jornalistas, estas iniciativas, como é óbvio, não fazem sentido.
São vários os factores que podem comprometer a organização deste tipo de iniciativas:
- Convite (mal redigido; timing inadequado; não chegar aos destinatários pretendidos);
- Pertinência do tema da conferência;
- Dia e hora da iniciativa;
- Localização do evento (maus acessos, sítio desconhecido,...);
- Oradores (pouco relevantes);
- Factores externos e imprevisíveis à própria conferência.
Dado serem tantos os riscos que se correm quando se cria uma conferência de imprensa, os seus organizadores cometem algumas vezes o erro de exagerarem nos conteúdos da mesma. Por exemplo, referem no convite que fazem à comunicação social que irão ser apresentados dados fantásticos sobre um assunto, e depois isso não acontece; dão enfoque nos convites a temas que depois na conferência são quase ignorados; mencionam que estarão presentes na conferência certas personalidades que depois não aparecem, etc.
Isto pode provocar de imediato situações complicadas através de notícias negativas sobre a empresa e/ou iniciativa. Para o profissional de relações públicas uma situação deste género dá, em muitos dos casos, uma má imagem dele e dos seus colegas de profissão e trai a relação de confiança por vezes já criada com o jornalista, comprometendo assim trabalhos futuros. Sabendo que o panorama de meios de comunicação social e jornalistas é tão reduzido em Portugal, criar inimizades pode ser muito prejudicial. Desta forma, há que pautar diariamente o nosso comportamento com muita correcção para que não hipotequemos o futuro enquanto profissionais de relações públicas.
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