domingo, 25 de setembro de 2005

A Estratégia na Comunicação

Muitas pessoas criticam o trabalho que se faz nas agências de comunicação, pois referem que os seus profissionais apenas fazem assessoria de imprensa. Criticam a falta de estratégia nas acções implementadas e nos planos de comunicação levados a cabo. Consideram-os meros executores de acções.
Na minha opinião, a assessoria de imprensa será sempre a actividade principal das agências de comunicação. É para isso que são pagas. Têm como grande objectivo gerarem notícias, dar visibilidade às empresas para as quais trabalham. Sem notícias não há agência que resista.
No entanto, enganem-se os que pensam que tudo é fácil e que qualquer um pode ser responsável de comunicação, pois basta fazer uns telefonemas e ter um vasto léxico que as notícias surgem logo. Pois, não é bem assim! Um bom relações públicas tem que ter um pensamento estratégico orientado sempre para os resultados. Sem estratégia e sem preserverança os resultados são muito reduzidos.
A estratégia de que eu falo aqui, é o alinhamento das acções de comunicação num plano. Os momentos comunicacionais têm de ter uma lógica sequencial e não podem ser despejados de qualquer forma para um plano de comunicação.
Mais do que isso. Um bom relações públicas é aquele que está atento à sociedade e ao mercado profissional onde se movimenta e sabe aproveitar as oportunidades que surgem. Muitas das vezes, estes sinais que devem ser interpretados não são claros, dependendo muito do faro comunicacional do profissional, que aliado a um espirito criativo do mesmo, pode resultar numa excelente iniciativa de relações públicas.
Em jeito de conclusão, um profissional completo é aquele que privilegia nas tarefas do seu dia-a-dia a proactividade, o conhecimento, a preserverança, a criatividade e a estratégia.

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

Os Assessores e a Política

Com o aproximar galopante das eleições autárquicas nacionais, no próximo dia 9 de Outubro, multiplicam-se os debates televisivos na SIC Notícias e RTPN com os candidatos mais mediáticos de Portugal. Eu confesso que não tenho grande paciência nem para políticos nem para politiquices. No entanto, não poderia perder o debate da passada 5ªfeira, na SIC Notícias, entre os principais candidatos à Câmara Municipal de Lisboa: Carmona Rodrigues e Manuel Maria Carrilho.

Que triste espectáculo! Ofensas, desmentidos, controvérsia, e muito baixo nível entre os dois candidatos à principal câmara de Portugal! No final do debate, um estender de mão por parte de um dos candidatos que não foi correspondido pelo outro, originou mais umas ofensas e uma polémica enorme em torno deste momento televisivo.

Foi tão marcante aquela hora de televisão, que no dia seguinte, o debate foi a principal notícia dos meios de comunicação social. Assim foi, que até a RTP e a TVI passaram as imagens da SIC Notícias.

Mas perguntam vocês porque é que eu estarei a falar deste assunto num blog de relações públicas, se nem gosto de política? Passo a explicar: 24 horas após o debate ouvi um comentário interessantíssimo por parte do jornalista Joaquim Letria. Interrogado sobre qual teria sido a principal razão para o tão mau momento televisivo entre o Eng. Carmona e o Dr. Carrilho, Joaquim Letria culpou os assessores e as equipas que estão por detrás dos candidatos. Justificou tal acusação pelo facto de terem sido usadas certas expressões e posturas que não foram naturais, mas sim trabalhadas antecipadamente, com o objectivo de perturbar e destabilizar o discurso e o pensamento do adversário.
Concordo a 100% com a opinião do jornalista Joaquim Letria! Os assessores que andam no mundo da política, são muitas das vezes pessoas sem formação, que não olham a meios para atingir e derrotar os seus adversários. Na maior parte dos casos não têm uma conduta profissional e gozam cada vez mais de um maior poder junto dos políticos. Para mim, eles são um forte contributo para o estado de descrédito e desconfiança dos políticos e da política feita em Portugal. Não acham que está na hora da mudança? Quem vota a favor?

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

A importância de uma boa conduta profissional

Para se ser um bom técnico de relações públicas é necessário construirmos e consolidarmos boas relações com a comunicação social. Para isto, jamais poderemos mentir aos jornalistas. Uma boa relação com este público-alvo cria-se através dos valores que empregamos no exercício da nossa profissão. Honestidade, franqueza e transparência, são certamente os principais. Só com este espírito e mentalidade conseguiremos criar laços profissionais duradouros com os jornalistas e sermos considerados por estes como uma boa fonte, uma fonte credível.
Muitas das vezes, a pressão exercida pelos clientes (caso trabalhemos numa agência de comunicação), ou pelos directores (caso trabalhemos numa empresa) leva-nos a nós, profissionais de relações públicas, a empolar os projectos que temos em mãos. Há assim uma tendência para vender "gato por lebre" aos jornalistas. As conferências de imprensa, devido ao seu risco, são bons exemplos para ilustrar esta situação. Isto porque são eventos criados pelas empresas cujos destinatários são apenas os meios de comunicação social. Se não comparecerem jornalistas, estas iniciativas, como é óbvio, não fazem sentido.
São vários os factores que podem comprometer a organização deste tipo de iniciativas:
- Convite (mal redigido; timing inadequado; não chegar aos destinatários pretendidos);
- Pertinência do tema da conferência;
- Dia e hora da iniciativa;
- Localização do evento (maus acessos, sítio desconhecido,...);
- Oradores (pouco relevantes);
- Factores externos e imprevisíveis à própria conferência.
Dado serem tantos os riscos que se correm quando se cria uma conferência de imprensa, os seus organizadores cometem algumas vezes o erro de exagerarem nos conteúdos da mesma. Por exemplo, referem no convite que fazem à comunicação social que irão ser apresentados dados fantásticos sobre um assunto, e depois isso não acontece; dão enfoque nos convites a temas que depois na conferência são quase ignorados; mencionam que estarão presentes na conferência certas personalidades que depois não aparecem, etc.
Isto pode provocar de imediato situações complicadas através de notícias negativas sobre a empresa e/ou iniciativa. Para o profissional de relações públicas uma situação deste género dá, em muitos dos casos, uma má imagem dele e dos seus colegas de profissão e trai a relação de confiança por vezes já criada com o jornalista, comprometendo assim trabalhos futuros. Sabendo que o panorama de meios de comunicação social e jornalistas é tão reduzido em Portugal, criar inimizades pode ser muito prejudicial. Desta forma, há que pautar diariamente o nosso comportamento com muita correcção para que não hipotequemos o futuro enquanto profissionais de relações públicas.

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

Procura-se Jornalista! Dá-se Recompensa!

Findado o mês de Agosto, apelidado por muitos de «silly season», as acções de relações públicas quase desaparecem durante este período. Foram muitos, certamente, os que hoje voltaram aos seus escritórios e locais de trabalho cheios de ideias, planos e acções de relações públicas para levar a cabo. Posso desde já afirmar, sem margem para dúvidas, e num termo muito pessoal, que está aberta a época de selvageria comunicacional. O canibalismo entre acções de relações públicas vai assim começar dentro de momentos.
Jornalistas preparem-se: os telefones vão tocar, os emails vão atolhar a caixa de email, os convites vão amontoar-se em cima da secretária! Está aberta a "Caça ao Jornalista"! E vale tudo: convites criativos, eventos em locais fantásticos, ofertas subliminares, conferências sem pertinência transformadas em momentos únicos,...!! Tudo, vale tudo para apresentar resultados!
Para terminar deixo aqui uma questão: não será pertinente e vantajoso realizar acções de comunicação durante Agosto, aproveitando assim a tranquilidade no meio e os elevados índices de leitura por parte do público?

Acessor

Cartão vermelho para a TVI! Vi há pouco neste canal, no Jornal Nacional, um porta-voz do Sporting Clube de Portugal ser nomeado como ACESSOR deste mesmo clube. Quem é o responsável pelas legendas deste canal? Oh meus senhores, a palavra ASSESSOR pronuncia-se da mesma forma, mas escreve-se de maneira diferente.

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

Relações com os Media - Parte II (Conclusão)

Para se obter uma boa performance nas relações com os media não basta ao técnico de relações públicas dominar a técnica, existe outro factor muito importante - Sorte! Passo a explicar. Em todos os meios de comunicação social existem jornalistas que detestam e recusam dialogar com agências de comunicação. Encaram sempre os seus técnicos como simples vendedores e não aproveitam as mais valias de uma parceria com estes. Há por isso que ter sorte em contactar o jornalista indicado.
É completamente verdadeiro que os técnicos de relações públicas quando telefonam para um jornalista, pretendem oferecer-lhe um tema que lhes convém. Assim, como também é verdade que os jornais só existem (e têm os critérios editoriais que têm) porque vendem e dão lucro no final do ano. Quero com isto dizer, e recorrendo à linguagem popular, "ninguém dá nada a ninguém". No entanto, na minha opinião, podem-se tirar grandes proveitos de uma boa relação Jornalista - Relações Públicas, para ambos os profissionais.
Se um RP oferecer a um bom jornalista um tema pertinente, num timing adequado, numa perspectiva interessante, e possuir contactos de key opinion leaders para falarem sobre o assunto em causa, isto é meio caminho andado para que seja publicado um relevante artigo para o leitor. Este trabalho positivo e profícuo irá certamente fortalecer no futuro a relação profissional entre ambas as partes. Quem sabe se na próxima vez não será o jornalista a contactar o RP a solicitar informação sobre a sua empresa?!!