domingo, 21 de setembro de 2008

As Relações Públicas na internet: constatações e desilusões

A minha aventura pela blogosfera começou em Agosto de 2005. Nasceu nessa altura o Relações Públicas Sem Croquete, o primeiro blog nacional sobre RP. Numa altura em que, certamente, os profissionais não se interessavam nem valorizavam esta importante ferramenta de comunicação, resolvi criar o referido espaço, preenchendo uma lacuna até aí existente.

O Relações Públicas Sem Croquete foi criado numa vertente positiva e formativa, proporcionando um espaço para comentários e observações, fossem elas positivas ou negativas. O importante foi o diálogo e a troca de ideias gerada desde aí sobre o sector das RP, abordando carências, problemas, evoluções e boas práticas. Eu encaro este meu “cantinho” como algo que pretende dar o seu humilde contributo para uma melhor percepção do que são as RP e o seu importante contributo para as empresas. Esta é a minha missão, e daqui não me desviarei nem um centímetro.

Nos últimos tempos temos assistido a uma verdadeira explosão de blogs sobre RP. Tal é mais ou menos visível através do directório que a Lift criou recentemente
http://blogs.lift.com.pt/. Na minha opinião, o que poderia ser uma demonstração real e cabal da evolução do sector em Portugal, quando se analisam os conteúdos dos diversos locais, estes transformam-se em espaços que apenas servem para criticar concorrentes e enviar “recados” mais ou menos explícitos. O mais grave é que alguns desses espaços foram criados apenas e exclusivamente com esse propósito. É uma pena ver pessoas que, pela sua experiência e supostos conhecimentos, poderiam dar um importante contributo à evolução do sector, continuem mais focados nos objectivos pessoais em detrimento do colectivo. Uma autêntica desilusão.


Uma nota final, neste já longo post, para o facto da (até aqui) discreta JLM ter lançado o seu site, fazendo referência directa aos seus clientes e colaboradores. Será que estamos perante uma mudança da estratégia desta consultora? Mais do que transparência, será que estarão apostados em crescer exponencialmente? Para quando o blog da JLM?

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A comunicação nas PME


O Governo anunciou esta semana o lançamento de uma linha de crédito para apoiar as PME. Trata-se de um montante no valor de 400 milhões de euros que estará disponível dentro de um mês. 99 por cento das empresas em Portugal são de pequena e média dimensão. Trata-se de uma excelente oportunidade para as PME revitalizarem os seus negócios através de uma aposta séria na comunicação.

Está na altura das empresas encararem a comunicação como uma ferramenta útil que lhes proporciona mais-valias para o seu negócio. Não é pelo facto de serem uma empresa de pequena ou média dimensão que poderão dispensar um plano ou uma estratégia de comunicação. Somos um povo do improviso e do “desenrasca”, no entanto este amadorismo paga-se caro no mundo dos negócios. As empresas portuguesas não se podem restringir ao mercado nacional, necessitam de se aventurar em mercados internacionais. Nestes, a comunicação é um elemento valorizado e crucial na afirmação e desenvolvimento dos seus players.

Não são necessários planos gigantescos ou complexos, pois ideias que servem apenas para ficar no papel são autênticas perdas de tempo. Acredito que em muitos casos bastam 3 ou 4 folhas A4. O que terá de existir é uma maior sensibilidade dos gestores para as políticas de comunicação e para o impacto que estas têm na captação de novos clientes, na obtenção de reputação no mercado e por conseguinte na valorização da empresa em termos económicos.

A comunicação afirma-se hoje como um driver estratégico no desenvolvimento e afirmação das organizações, independentemente da sua dimensão. Está sempre presente na vida de uma empresa, fazendo quase sempre a diferença na sua performance e nos resultados anuais. É impensável, por exemplo, nos dias de hoje um gestor moderno não ter uma boa capacidade de comunicação nas suas diversas vertentes: falar com os meios de comunicação social, liderar colaboradores, persuadir clientes, negociar com fornecedores, etc.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Palitada: E porque hoje é dia de Inimigo Público….


Não foi, mas bem podia ser verdade:

Pacheco Pereira abre Agência de Comunicação

Depois das sucessivas derrotas de Manuela Ferreira Leite, o até aqui comentador, colunista, estratega, bloguista,... decidiu abrir a sua própria agência de comunicação. Segundo se sabe, fica lá para os lados da Lapa.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Stand Up To Cancer

Uma campanha excelente que utiliza os media sociais de forma criativa e inteligente, envolvendo o público para uma causa muito importante.



terça-feira, 9 de setembro de 2008

Imagem: O bom e o mau


Ontem fui surpreendido por um telefonema da ourivesaria onde comprei as minhas alianças de casamento. A razão era felicitar a minha mulher pelo seu aniversário. Foi um gesto simpático e louvável pois trata-se de uma pequena loja de bairro, que revela uma forte preocupação em criar uma relação com os seus clientes.

Por outro lado, o Barclays Bank, essa suposta prestigiada instituição bancária internacional, contactou-me, nos últimos tempos, por diversas vezes para me vender um dos seus serviços maravilhosos. Uma chamada não tem mal. Devemos respeitar e delicadamente responder não, se for caso disso, obviamente. No entanto, se esses telefonemas se repetirem vezes sem conta, dia após dia, onde dizemos que não estamos interessados e mesmo assim nos contactam persistentemente, é de facto lamentável e transmitem uma péssima imagem da empresa. Não da sua, pois este tipo de serviço é quase sempre feito por empresas subcontratadas que anonimamente nos ligam. O problema neste caso será para o Barclays que não controlou o processo e que não só deixou de ganhar um cliente (eu), como irá partilhar esta triste história com um sem número de pessoas como estou fazendo aqui.

É caso para se dizer que a dimensão das empresas reflecte pouca coisa e que existem processos que devem ser controlados rigorosamente sob pena de serem fortemente penalizadores para as empresas a médio/longo prazo.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Palitada: Jornalistas longe de Angola


Este foi um dos destaques de ontem do Jornal da Noite da SIC. De acordo com a peça transmitida, cinco órgãos de comunicação social nacionais (SIC, Expresso, Visão, Público e Renascença) foram impedidos de acompanhar as eleições legislativas em Angola por não serem cedidos vistos de entrada no país. Alguns pedidos de jornalistas para entrarem no país têm mais de 1 mês.

Segundo José Manuel Fernandes, director do jornal Público, “trata-se de uma acção intencional do Governo angolano no sentido de afastar jornalistas e meios de comunicação social que no passado denunciaram situações no país que não agradaram aos seus responsáveis”. Um artigo do jornal Público há dez anos sobre a rota dos diamantes angolanos (nunca mais conseguiram entrar no país), ou uma recente conferência do grupo Impresa onde Bob Geldof acusou os dirigentes de Angola de serem criminosos, constituem exemplos daquilo que poderá ter levado agora ao afastamento de alguns jornalistas portugueses daquele país. JMF refere ainda que “os dirigentes angolanos só convocam eleições porque sabem que irão ganhar”.

Angola vive períodos de grande desenvolvimento e progresso. É um facto de que ninguém dúvida. No entanto, discordo com Luis Paixão Martins, quando referiu, no momento em que anunciou o início da parceria com o Governo de Angola, “que algumas das percepções públicas se encontram desfasadas das novas realidades angolanas”. Acho que a verdadeira realidade é indisfarçável.

As instituições e organizações têm de assimilar que a base da reputação assenta na transparência e honestidade dos seus actos. O Governo angolano e os seus dirigentes deveriam perceber que estas acções são mais prejudiciais do que benéficas. Isto porque, por enquanto, na verdadeira democracia as fontes de informação e os meios de comunicação social ainda actuam com total liberdade.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

O nosso quotidiano

As principais ilações a retirar:

- A diferença entre um estafeta e um consultor é que o primeiro diz sim a tudo e a todos, ao passo que o segundo opina;
- A culpa nunca pertence ao cliente;

- Nem sempre o freguês tem razão. Longe disso;
- Para o cliente, amanhã já é tarde.