O Público refere na sua edição de hoje (ver aqui) que o
Turismo de Portugal irá deixar de financiar o Rali de Portugal. O apoio, na
ordem de um milhão de euros, irá ser canalizado para outras áreas como a
captação de rotas aéreas, parcerias com operadores turísticos e otimização do
trabalho que tem sido desenvolvido ao nível do marketing digital na promoção
externa do país. A decisão desta entidade estatal prende-se essencialmente com
a falta de retorno do rali ao nível da projeção turística.
Parece-me uma decisão totalmente acertada por parte do
Turismo de Portugal, em que, uma vez mais, mostra ter uma estratégia bem
definida, baseada não só no retorno circunstancial do evento mas também no
retorno de projeção para o país. A dimensão e os recursos financeiros do país
não permitem apoiar todos os eventos e iniciativas, mesmo aqueles em que, como
no caso do Rali de Portugal, existe um histórico grande. Os tempos atuais
exigem uma aplicação criteriosa dos dinheiros públicos, decisões muitas das
vezes difíceis por romperem com o passado e com interesses fortemente instalados.
Mais do que a emoção, um tom comum nestas discussões – um evento com tanta história
no nosso país – temos de passar definitivamente para o campo racional, onde as
métricas e a efetividade dos resultados ditam a orientação dos investimentos.
É incomportável e não faz sentido apoiar anualmente cerca de
40 eventos como o Turismo de Portugal fazia até aqui. Pulverizar o investimento
por iniciativas de pequena dimensão e não estratégicas, que servem pouco mais
do que os interesses dos seus promotores, não contribuem para posicionar
Portugal nas áreas e targets prioritários. No caso aqui referido, não está em
causa o mérito desportivo da prova, mas sim o retorno gerado para o turismo do país.
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