São muitos os “notáveis” que têm criticado nos últimos dias as mais recentes medidas de austeridade. A par disto surgem também críticas sobre a forma como o Governo tem comunicado estas medidas. A esmagadora maioria aponta a falta de informação e clareza como os principais problemas.
Tal como já tinha referido aqui em Junho passado, o sucesso e a credibilização do atual Governo passará por uma comunicação clara, verdadeira e objetiva. Contudo será de todo impossível evitar as futuras contestações sociais. Não existe consultor ou técnica que valha. Agora o que o Governo poderá fazer será reduzir o impacto destes movimentos demonstrando regularmente o que está a ser feito e o que é necessário ainda fazer para sair desta crise profunda. É imprescindível que o Governo nunca abdique da pedagogia, principalmente numa fase tão sensível e conturbada como a que vivemos atualmente.
Deixo aqui uma dica: todos os anúncios relativos a aumentos de preços e carga fiscal serem apresentados publicamente como um lead de uma notícia, respondendo às cinco perguntas fundamentais: Who? What? Where? When? Why?
1 comentário:
Caro Renato,
Pelo que eu percebi ontem, na entrevista com o ministro das finanças, o governo está, claramente, mais preocupado em passar palavras exactas - e que não criem buzz negativo - nos media. Posso estar errada, mas é claro que o ministro passa a vida a "escolher as palavras certas".
Essa é uma medida importante, de facto, mas como o próprio Renato diz, não transparece verdade. Penso que existe uma certa - passo a expressão - "miopia de marketing" ou de comunicação, se preferirmos. O governo esquece-se que os media são apenas um público intermédio. Com grande influência no público final, é certo. Mas se a mensagem não está adequada ao público final, será que os meios de comunicação conseguirão passá-la?
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