domingo, 16 de novembro de 2008

O deserto do PSD



Manuela Ferreira Leite num encontro esta semana com militantes do PSD queixou-se da cobertura jornalística de uma acção recente onde esteve presente. Segundo a líder do maior partido da oposição, esta iniciativa foi apenas a 14ª notícia durante quatro segundos na televisão, numa altura em que iniciava o jogo do Sporting-Benfica. Esta foi uma das justificações de Manuela Ferreira Leite para o facto de não conseguir passar a mensagem e do PSD estar em baixa nas sondagens.
Parecem-me no mínimo absurdas estas declarações. Será que alguém acredita que são apenas factores externos, como o invocado agora pela líder do PSD, que contribuem para o mau desempenho do partido? Não terão os seus dirigentes a lucidez necessária para ver que as suas intervenções públicas são praticamente vazias de conteúdos, sem capacidade para entusiasmar os portugueses?
O PSD não demonstra ter qualquer tipo de estratégia. Manuela Ferreira Leite não gera empatia. Estes são problemas que estão a castigar e a prejudicar a má performance do partido, não aproveitando o evidente desgaste do Governo e do Partido Socialista que se verifica nesta altura.
O maior partido da oposição tem de compreender que a relevância e a credibilidade conquistam-se. O recente percurso do PSD, marcado pelas inúmeras disputas e casos internos, levou a que perdesse espaço e importância pública. Enquanto não arrumar a casa e mobilizar os seus próprios militantes, jamais conseguirá ganhar os eleitores e os portugueses. O mesmo se passa na vida das empresas. Se o público interno não estiver empenhado, motivado e identificado com a estratégia da empresa, esta não conseguirá ganhar clientes.

Prevejo assim que o PSD continuará a percorrer um longo e penoso deserto mediático…

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