Contaram-me no outro dia que as audiências de televisão em Portugal eram medidas através de mil audímetros. Confesso que fiquei um pouco surpreendido pelo número tão escasso de aparelhos.
Segundo dados que recolhi referentes a 2003, a Alemanha surge à frente no número de audímetros, com 5640. Seguem-se EUA, 5094; Reino Unido, 4500 e Espanha, 3105. Manifestamente insatisfatório.
O número reduzido de audímetros é uma das principais fragilidades na mensuração das audiências. Isto para já não falar nos critérios de atribuição dos aparelhos ou na veracidade dos resultados apurados. Quem tem um audímetro em casa tem de cumprir certas e determinadas rotinas para que não haja um enviesamento nos dados. Umas vezes por desleixo, outras por esquecimento, o que é certo é que este tipo de métrica não é o mais ajustado, pelo número e pelo formato.
Numa época em que os canais digladiam-se ferozmente pelos melhores resultados em termos de audiência, utilizando apuradas técnicas de contraprogramação, onde os anunciantes (ainda) investem milhões em anúncios cujo retorno é imprevisível, penso que está na hora de haver maior profissionalismo, rigor e transparência na medição das audiências. Caso contrário continuar-se-á a apostar com base nos feelings de cada um.