Os contratos que ligam as empresas às agências de comunicação são cada vez mais temporários. Em vez dos habituais contratos anuais, baseados em fees mensais, a realidade é agora composta por relações semestrais, trimestrais ou até menos tempo. As relações duradouras entre cliente/agência, fruto das renovações sucessivas, deixaram também de ser uma prática habitual no panorama nacional.
Actualmente a agência tem menos margem de erro junto do cliente. Não existe grande tolerância para desculpar eventuais fracassos na comunicação ou faltas de profissionalismo. Os consultores de comunicação são postos à prova quase diariamente, o que é perfeitamente normal, pois os gestores das empresas vivem de resultados que têm de ser melhores ano após ano. Por outro lado, a grande oferta que existe no mercado em termos da oferta de serviços de comunicação faz com que a insatisfação leve rapidamente à procura de novos parceiros.
Na minha opinião, esta filosofia de mercado é benéfica para todos. Constitui-se como um forte estímulo ao desenvolvimento das competências individuais de cada um. É ainda um positivo contributo para que sejamos mais profissionais e competentes, lutando agressivamente por maximizar os proveitos dos nossos clientes.
Numa altura em que o final de ano se aproxima em passos largos, muitas contas fazem o balanço dos seus projectos comunicacionais e algumas delas preparam-se para abrir concurso. É tempo de dar asas à imaginação e criatividade e apresentar propostas que levem os clientes a sonhar. Apelar às emoções é uma estratégia a seguir. No entanto, esta terá de vir invariavelmente acompanhada por uma execução objectiva e demonstrativa dos conceitos e ideias que refere. Os tempos são de mudança!
3 comentários:
Ex.mos senhores,
Sou estudante e, portanto, ainda não estou a trabalhar nesta área. No entanto, ao ler este post salta de imediato uma dúvida. Não será este sistema de rotatividade prejudicial para uma comunicação coerente?
Se mudamos sistematicamente os gestores de comunicação estamos a perder coerência na comunicação o que me parece prejudicial para as organizações.
Atentamente;
Tiago Antão
Caro Tiago,
Em primeiro lugar obrigado pela sua questão que é sem dúvida muito pertinente.
Eu não sou apologista do mudar por mudar. Defendo sim que o trabalho das agências e dos seus profissionais deve ser avaliado de forma regular segundo rigorosos critérios técnicos de comunicação. Isto ajudará, como refiro no post, a estimular os profissionais a serem mais exigentes e a actuarem com uma postura e atitude mais agressiva no mercado.
Encontro-me actualmente a trabalhar na área, mas considero que os clientes são pouco rigorosos com os seus parceiros, entenda-se agências de comunicação. Muito certamente fruto do carácter secundário e da depreciação que ainda reina nas hostes empresariais portuguesas sobre esta disciplina.
Relações menos que semestrais são desaconselháveis em termos de comunicação estratégica e institucional.
João Duarte
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