quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O caso CP e a remuneração em função dos resultados. Sim ou não?




Esta semana muito se tem escrito e falado sobre este polémico concurso da CP em que, de acordo com a APAP, prevê que os criativos da agência vencedora recebam cerca de 4,85€/hora. Tal valor terá levado à renúncia das 13 empresas inscritas no concurso.
 
De acordo com a diretora de marketing da CP, numa carta enviada à Meios & Publicidade, “o valor proposto tem em conta duas componentes: uma fixa (que representa 56% do total contratualizado) e uma variável (que pode representar até 44% do valor total do contrato).  A APAP apenas considera a componente fixa não fazendo qualquer consideração nem entrando em linha de conta com o preço base deste contrato”, conclui a responsável da CP.
 
Posto isto, e se de facto existe uma remuneração variável - quero acreditar em função dos resultados obtidos – confesso que não fico assim tão chocado com o concurso. Já vi coisas bem piores, com dumpings muito mais gritantes.
 
Há muito que defendo a partilha de risco entre cliente – agência, onde para além de uma remuneração base que cubra os custos mínimos do trabalho da prestadora do serviço deverá existir uma remuneração variável composta por diversos patamares de objetivos. Sei que a esmagadora maioria das agências foge a este modelo, pois é mais exigente, assim como, e curiosamente, alguns clientes avessos ao risco que prefere saber a conta a pagar logo de início, independentemente de serem bem ou mal servidos.
 
Sabemos bem que na Comunicação não é fácil nem imediato avaliar e quantificar os resultados do nosso trabalho. Apesar de não existir um modelo perfeito, é possível. Tanto assim é que na Guess What temos vindo a testar um novo serviço na área do Marketing Viral, cuja inovação e diferenciação é precisamente a forma como somos remunerados, sempre em função dos resultados obtidos a diversos níveis: número de visualizações YouTube, shares Facebook, contactos gerados com a marca ou empresa, entre outros indicadores.
 
No meu modelo de equidade e meritocracia, todos devemos trabalhar e estar orientados para o cumprimento de objetivos claros e exequíveis mas também exigentes. A nossa performance ditará a dimensão dos prémios e regalias a obter. Só assim, na minha opinião, é possível distinguir quem efetivamente trabalha e merece, contribuindo para o crescimento e evolução da pessoa, empresa e setor onde atua. 


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