terça-feira, 31 de janeiro de 2006

INSTANT NEWS

Caros Leitores:

Com o objectivo de optimizar o carácter informativo do blog e de o tornar cada vez mais eficiente para todos vós, está já disponível o serviço "Instant News".

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domingo, 29 de janeiro de 2006

10 dicas para aparecer na comunicação social

Hoje trago-vos aqui parte de um artigo que li na revista Exame, na edição de Fevereiro, sobre como aparecer na comunicação social. Apesar de já ter tratado este tema anteriormente, achei interessante abordá-lo novamente para vós, leitores assíduos do blog, dada a sua qualidade, clareza e pertinência. Eis as dicas:

1- Eleja um responsável pela comunicação da empresa
Se não houver alguém ou uma equipa com esse trabalho específico, a empresa identificará certamente menos oportunidades de comunicação do que as que realmente existem. Se optar por um serviço em outsourcing certifique-se da excelência da agência de comunicação. Quanto melhor o interlocutor conhecer o negócio e a empresa, mais eficaz será a comunicação e célere o esclarecimento de dúvidas dos jornalistas.

2- Seja disponível
Quanto mais disponível for o líder e toda a equipa, mas facilmente conquistará a confiança dos jornalistas, sempre ávidos de fontes credíveis e de celeridade na confirmação e obtenção de dados. Em situações de crise esta postura torna-se ainda mais imperativa.

3- Invista em bases de dados
Se tiver sempre à mão os dados solicitados pelos media ambas as partes pouparão tempo. Facilitar o acesso a dados da sua empresa pode valer-lhe até alguns tempos de antena inesperados. Por exemplo, se para o público for indiferente ilustrar um artigo com um produto da sua marca ou da concorrência, o jornalista não hesitará em usar o que for mais acessível. Disponibilizar imagens on-line, em alta resolução, é um excelente trunfo.

4- Estude bem cada órgão
Aponte cada periodicidade, linha editorial e gráfica, e como estão arrumadas as secções. Segmente a informação em função de cada meio, mas não se esqueça de que, afinal de contas, todos concorrem com todos. Ninguém quer dar a ler algo que este já sabe (não interessa como nem onde).

5- Personalize a informação
Segmente a sua informação por assuntos e fique atento às sensibilidades e áreas de especialidade de cada jornalista. Actualize regularmente a lista de contactos e evite massacrar jornalistas com assuntos que não acompanham.

6- Não envie demasiada informação
As empresas tendem a esperar resultados imediatos dos seus planos de comunicação, o que motiva o envio indiscriminadamente de press releases, mas, tal como na história de Pedro e o Lobo, os jornalistas deixam de lhes prestar a devida atenção. Meça os resultados pela qualidade dos artigos, e a reputação que esta lhe pode trazer, e não pela quantidade.

7- Comunique de forma clara e concisa
É importante que a informação a passar ao público via jornalistas, lhes seja transmitida de forma clara. Sem textos extensos. Há que ser curto, claro, incisivo, para atrair a atenção do jornalista, e para evitar mal-entendidos e posteriores desmentidos.

8- Atenção ao subject e peso dos e-mails que envia
Os jornalistas recebem dezenas de e-mails por dia. Se pretende que o seu seja lido, coloque-lhe um subject apelativo, mas informativo, como se o estivesse a catalogar. E, claro, nunca deixe esse espaço em branco. Atenção também ao peso. Reduza-o ao máximo, evitando que eles sejam devolvidos ou apagados pelo receptor num momento em que este precise libertar espaço na mail box. E evite ainda ligar após o envio de cada press desperdiçando tempo e desgastando relações pessoais.

9- A informação certa no timing certo
Por melhor que seja a informação, ela terá de ser enviada na hora certa. Se pretende comunicar uma novidade essa tem de ser, de facto uma novidade. Quando o pedido de informação parte do jornalista, cumpra o deadline que este lhe der, caso contrário, por mais que tenha investido na resposta, ela já não poderá ser usada.

10- Nunca minta ou invente notícias
Mentir é o primeiro passo para perder a credibilidade junto dos media. Há que ter em conta que há sempre o risco de a mentira ser descoberta, que é o mais provável.

domingo, 22 de janeiro de 2006

Blogues – uma mais valia comunicacional

Uma notícia do passado dia 16 de Janeiro do jornal Público sobre uma iniciativa de um vereador da Câmara Municipal de Lisboa despertou-me particular curiosidade. António Prôa, edil para as áreas de ambiente, espaços verdes, espaços públicos e relacionamento institucional com as juntas de freguesia, criou um blogue com o objectivo de estar mais perto dos seus munícipes.

Em antonioproa.blogspot.com os lisboetas podem, não só comentar os temas dos posts lá colocados por este vereador, como também outros assuntos que os incomodem, quer seja um buraco na sua rua ou o futuro do jardim na sua área residencial. Esta ferramenta de comunicação pretende afirmar-se não só como um espaço de divulgação das iniciativas da autarquia, mas como um veículo privilegiado de comunicação com o gabinete do vereador António Prôa.

Do ponto de vista comunicacional é sem dúvida uma iniciativa inovadora em Portugal e certamente um exemplo a seguir pelos vereadores de outros municípios nacionais. Ferramentas como estas que permitem um diálogo quase imediato entre os órgãos de poder e o povo são, sem dúvida, acções que elevam a democracia, apesar de todo o marketing inerente.

À semelhança da esfera pública, este instrumento de comunicação é também uma opção válida e profícua no sector privado. Quero com isto dizer que, em empresas de grande dimensão, com mais de 150 trabalhadores, justifica-se a criação de um blogue que sirva de canal de comunicação entre a administração e os trabalhadores.

Dado vivermos na era onde as melhores empresas são aquelas que se preocupam com os seus diversos públicos (colaboradores, familiares, consumidores, entre outros) suportado por processos transparentes e uma conduta responsável, iniciativas como estas não devem provocar receios pelos eventuais feedbacks menos positivos. É caso para se dizer, quem não deve não teme!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2006

Previsões para 2006

Enterrado o ano de 2005, novos objectivos e metas se lançam para 2006. As companhias prometem aumentar o seu volume de vendas, incrementar lucros, reduzir despesas. O mesmo cenário se passa nas empresas de Relações Públicas.

Os responsáveis pelas agências de comunicação desdobram-se em entrevistas em jornais e revistas da especialidade para passar a mensagem de que, no que toca à sua empresa, o ano de 2005 foi de crescimento e que 2006 irá ser semelhante. O balanço é sempre positivo, igualando ou superando as expectativas iniciais. “Forte crescimento”, “crescimento muito positivo na empresa” e “um crescimento face ao ano anterior, quer no número de clientes quer na facturação”, são alguns dos típicos comentários feitos pelos principais directores das consultoras de comunicação em Portugal. Acho este discurso uma profunda demagogia vindo de pessoas supostamente responsáveis.

Apesar de achar que o mercado das relações públicas a nível mundial vive uma situação muito boa e robusta, Portugal neste caso, como em quase tudo, é ainda uma excepção. As empresas continuam a valorizar e a preferir apostar fortemente na publicidade e na comunicação above-the-line, ao contrário que se passa por exemplo nos Estados Unidos. É praticamente inexistente a sensibilidade para a comunicação, e para as suas verdadeiras potencialidades. Na minha opinião, o caminho mais correcto e profícuo será o de uma estratégia concertada entre a comunicação below e above-the-line, onde as relações públicas terão certamente um importantíssimo papel.

Por outro lado, as agências de comunicação em 2006 terão certamente que diversificar as suas competências e áreas de actuação. Para além da tradicional assessoria mediática, terão que apostar mais, e dotar os seus consultores, em disciplinas como comunicação de crise, responsabilidade social, media training, comunicação interna e lobby/public affairs. Dada a evolução do mercado e dos próprios consumidores, mais exigentes e selectivos, blogs, SMS e MMS’s são novas ferramentas a explorar na sua plenitude.

Uma outra realidade já verificada em 2005 no mercado português, e há muito no estrangeiro, é a especialização das agências de comunicação em áreas específicas, como a Saúde e Novas Tecnologias. As empresas procuram cada vez mais agências que actuem exclusivamente numa só área de negócio. Isto porque comunicar telemóveis de manhã e cancro da tiróide à tarde, como devem imaginar, é completamente diferente. Os clientes valorizam tal facto, e optam já na maior parte dos concursos por agências especializadas, preterindo as generalistas.

Outro facto que irá ser mais visível neste ano de 2006, será certamente o crescimento da facturação de pequenas agências, a um ritmo superior ao verificado nas agências de maior dimensão. Tal como na publicidade, nas relações públicas vive-se também uma grande disputa entre os grandes e os pequenos. Hoje em dia, o facto de uma agência ter uma filiação internacional já não tem tanto peso nos concursos como tinha há uns anos atrás. Para as empresas, as pequenas agências são cada vez mais uma solução interessante, justificando-se a escolha pela maior facilidade que estas têm em responder aos clientes de forma mais célere, com soluções mais inovadoras e com custos mais reduzidos, dado terem estruturas mais leves.

Para concluir, penso que 2006 irá ser na globalidade um ano positivo para as empresas que operam nesta área, onde triunfarão os mais profissionais e os que busquem incessantemente por melhores resultados para os seus clientes.