O responsável comercial do Facebook em Portugal referiu na
semana passada que «a maioria das empresas acha que estar no Facebook é ter a
agência de comunicação a colocar posts. O que não sabem é que é preciso pagar
para se ter a certeza que se chega às pessoas» (in Diário Económico).
Se a partir de agora o foco dos responsáveis pelo Facebook
for exclusivamente o aumento das receitas publicitárias, prevejo uma queda
abrupta e irrecuperável da sua importância junto das pessoas. Aliás, já existem
alguns dados que comprovam isto mesmo. Os conteúdos terão de ser sempre a
prioridade de qualquer plataforma social, caso contrário tornam-se simplesmente
vazias e perdem a razão da sua existência. Além disso chegar às pessoas não é
suficiente. O importante é ter relevância junto destas para ganhar notoriedade
e influenciar decisões.
A pressão da entrada em bolsa, há mais de um ano, e a
constante desvalorização das suas ações tem levado o Facebook a apostar em
múltiplos formatos publicitários que a tornam menos apelativa para os seus
utilizadores. Compreende-se que terão de existir receitas para que possa
subsistir mas nunca poderá ser a todo o custo ou de qualquer forma.
A gestão da carga publicitária numa rede social é algo muito
sensível e delicado. O excesso de intrusão ou um desequilíbrio acentuado entre conteúdos
e publicidade leva rapidamente ao desaparecimento dos seus utilizadores. E
quando assim é, estará logo à espreita uma outra rede social mais recente, sexy
e apelativa entretanto surgida.
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