quarta-feira, 6 de junho de 2012

O regabofe dos patrocínios no desporto


Nos últimos dias têm-se levantado algumas vozes contra a forma como a seleção nacional de futebol tem preparado o Europeu 2012 e o “circo” em redor da mesma. Manuel José, treinador que tem estado nos último anos no Egito, referiu que “a fase do estágio que decorreu em Portugal foi uma festa e que a seleção se transformou num bigbrother”. Já hoje Carlos Queiroz, ex-selecionador nacional, refere aqui que “não me surpreende que as declarações do Manuel José possam ter fundamento porque eu próprio me confrontei com uma tentativa, muitas vezes absurda e até ridícula, de transformar a seleção num circo. Por exemplo, uma das iniciativas que me foi proposta antes do mundial era a de eu escolher 22 jogadores e o 23º jogador é escolhido pelo povo, e fazemos aqui uma festa gira, jeitosa, pomos a malta toda a votar”.  

De facto é verdade que nos últimos tempos temos vindo a assistir a uma exagerada intrusão das marcas no desporto, principalmente no futebol, por razões lógicas. Bem sei que sem patrocinadores e patrocínios muitos clubes e competições não teriam forma de continuar. O grande desafio no futuro para ambas as partes – desporto e marcas – será implementar ações de marketing e comunicação relevantes para o público, de forma a potenciar a imagem dos patrocinadores mas sem nunca colidir com os interesses desportivos. Caso contrário arriscamo-nos que os espetadores e adeptos “fujam” dos palcos desportivos pois o essencial deixou de ser a competição para serem as marcas e as suas ações promocionais.

Sem comentários: