Muita tinta já correu sobre o super caso mediático Madeleine Mc Cann. No entanto é imperativo fazer uma breve análise do ponto de vista comunicacional a todo este processo.
Em toda esta história tem sido notória a lacuna da Polícia Judiciária ao nível da comunicação. Nunca se ter deparado com uma situação semelhante não é desculpa para a ausência de uma estratégia de comunicação. Pior do que comunicar de uma forma errada é não comunicar, e é isso que tem sido evidente nos últimos quatro meses desde que começou este complexo caso.
Toda a campanha que os media ingleses têm feito para denegrir e colocar em causa a investigação e a polícia portuguesa tem sido construída de forma muito inteligente e ponderada. Todos os passos de Gery e Kate são indicados pelos profissionais de comunicação que colaboram com eles (neste momento 4!!). Já da nossa Polícia Judiciária só nos recordamos daquelas conferências de imprensa iniciais, cujo porta-voz da PJ, sem formação e experiência, quase era “engolido” pelos “famintos” media presentes. Depois destas lamentáveis situações, o silêncio da polícia portuguesa tem sido uma prática habitual.
Será este comportamento acertado? Não. Os jornalistas, quer os portugueses quer os estrangeiros, com a falta de informações oficiais por parte da PJ, têm alimentado os seus leitores com fontes não identificadas, supostamente desta mesma instituição. Como devem imaginar isto dá azo a falsas informações e muita especulação. Não quero com isto dizer que deveríamos quebrar o segredo de justiça, nem perturbar o normal decurso das investigações. O que deveria ser feito pela PJ era esvaziar estas falsas ou, quanto muito, pouco rigorosas informações. Antecipar-se. Agir estrategicamente. Encontros regulares com a imprensa e com regras muito bem definidas só seria benéfico para a imagem desta instituição e acima de tudo de Portugal. Trata-se essencialmente da defesa do bom nome e imagem do nosso país, sendo que um bom desempenho comunicacional e um desfecho irrefutável neste caso, superaria o resultado de diversas campanhas publicitárias nos principais media mundiais.
2 comentários:
Sem dúvida muito pertinente e estrategicamente bem pensado. Continue. JM
Só não concordo quando disses que "Pior do que comunicar de uma forma errada é não comunicar,..." pois se não comnicares tudo bem, pode ser secredo de justiça, mas se comunicares de forma errada, já estás a errar.
Não obstante uma boa observação o resto do post
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