Nos últimos dias o jornal Meios & Publicidade noticiou os mais recentes serviços da agência SpeedCom – Marketing, Comunicação e Imagem. Prometem “fazer passar a mensagem adequada aos públicos-alvo, externos e internos” através de “ferramentas, know-how específico e valências que nem sempre são contempladas pelos recursos existentes no seio das organizações”. Posicionam-se como “um parceiro de excelência na área da comunicação”.
A agência lançou nos últimos dias três pacotes de serviços destinados às pequenas e médias empresas: Speedcom Light, Plus e Prime. O pack Light, segundo Jorge Sousa, um dos partners do projecto, é o mais simples, centrando-se apenas na “divulgação de informação”. Já o Plus “é mais completo, fazendo um follow-up da divulgação da informação e um relatório para a empresa”. Por sua vez, o Prime garante “um retorno das informações divulgadas”. O responsável da empresa adiantou ainda ao mesmo jornal que o preço do pack mais caro custará “500 euros”, sendo que os preços vão “depender muito do tipo de informação a divulgar”.
Face a estas declarações a APECOM insurgiu-se referindo que “não é possível prestar este tipo de serviços em ‘pacote’ e muito menos a preços tão baixos como os anunciados neste caso”.
É de facto muito triste e acima de tudo muito ofensivo para os verdadeiros profissionais do sector existirem empresas com uma postura como a que a Speedcom aparenta ter. Abordar a comunicação como se de um sumo (light, plus ou prime) se tratasse é de facto lamentável.
Tal como nem toda a gente nasceu com capacidade para ser médico, também certamente que existem muitos que querem ser gestores e nem que se esforcem muito não o conseguem. Infelizmente existe uma forte carência de gestores lúcidos e com um conhecimento alargado do mercado à frente das agências de comunicação em Portugal. Como poderão adiantar o preço de um serviço de comunicação de forma tão leviana? Como pode uma empresa lucrar com orçamentos de 500 euros? Que honorários terão os seus colaboradores? Que mais valia vem trazer esta empresa ao mercado nacional? Acima de tudo, que retorno do investimento podem estas PMEs esperar com uma parceria deste género? Certamente uma notícia no jornal lá da terra!
Temos de ser mais profissionais e responsáveis do que éramos ontem. Já não basta cumprir, há que superar as expectativas dos clientes. Temos de ser exigentes com nós próprios. Temos de nos colocar do outro lado, de quem acredita e investe em nós esperando um óptimo desempenho. Temos de estar conscientes que se o budget dos nossos parceiros fosse um bolo, o de hoje seria mais pequeno e fatiado do que o de ontem, fruto da conjuntura económica que atravessamos e dos múltiplos investimentos disponíveis. Daí eu evocar a responsabilidade de quem possui uma empresa e actua no mercado.
Por reduzido que seja o investimento, 500 euros ou pouco mais, temos de pensar que estamos a falar de PMEs, cujos orçamentos são muito limitados. E ainda para mais, desconhecendo certamente os moldes de funcionamento da comunicação, perante uma ausência de resultados irão questionar não só a empresa como pôr em causa as mais valias da disciplina. E isto já nos toca a todos!
A agência lançou nos últimos dias três pacotes de serviços destinados às pequenas e médias empresas: Speedcom Light, Plus e Prime. O pack Light, segundo Jorge Sousa, um dos partners do projecto, é o mais simples, centrando-se apenas na “divulgação de informação”. Já o Plus “é mais completo, fazendo um follow-up da divulgação da informação e um relatório para a empresa”. Por sua vez, o Prime garante “um retorno das informações divulgadas”. O responsável da empresa adiantou ainda ao mesmo jornal que o preço do pack mais caro custará “500 euros”, sendo que os preços vão “depender muito do tipo de informação a divulgar”.
Face a estas declarações a APECOM insurgiu-se referindo que “não é possível prestar este tipo de serviços em ‘pacote’ e muito menos a preços tão baixos como os anunciados neste caso”.
É de facto muito triste e acima de tudo muito ofensivo para os verdadeiros profissionais do sector existirem empresas com uma postura como a que a Speedcom aparenta ter. Abordar a comunicação como se de um sumo (light, plus ou prime) se tratasse é de facto lamentável.
Tal como nem toda a gente nasceu com capacidade para ser médico, também certamente que existem muitos que querem ser gestores e nem que se esforcem muito não o conseguem. Infelizmente existe uma forte carência de gestores lúcidos e com um conhecimento alargado do mercado à frente das agências de comunicação em Portugal. Como poderão adiantar o preço de um serviço de comunicação de forma tão leviana? Como pode uma empresa lucrar com orçamentos de 500 euros? Que honorários terão os seus colaboradores? Que mais valia vem trazer esta empresa ao mercado nacional? Acima de tudo, que retorno do investimento podem estas PMEs esperar com uma parceria deste género? Certamente uma notícia no jornal lá da terra!
Temos de ser mais profissionais e responsáveis do que éramos ontem. Já não basta cumprir, há que superar as expectativas dos clientes. Temos de ser exigentes com nós próprios. Temos de nos colocar do outro lado, de quem acredita e investe em nós esperando um óptimo desempenho. Temos de estar conscientes que se o budget dos nossos parceiros fosse um bolo, o de hoje seria mais pequeno e fatiado do que o de ontem, fruto da conjuntura económica que atravessamos e dos múltiplos investimentos disponíveis. Daí eu evocar a responsabilidade de quem possui uma empresa e actua no mercado.
Por reduzido que seja o investimento, 500 euros ou pouco mais, temos de pensar que estamos a falar de PMEs, cujos orçamentos são muito limitados. E ainda para mais, desconhecendo certamente os moldes de funcionamento da comunicação, perante uma ausência de resultados irão questionar não só a empresa como pôr em causa as mais valias da disciplina. E isto já nos toca a todos!
10 comentários:
Para mim, isto é o mais grave:
"Por sua vez, o Prime garante um retorno das informações divulgadas"
garantia de retorno?
No que se baseia este retorno? quantificação de notícias?
Alguém diga a estes senhores que isto de ético não tem nada. em assessoria mediática não se devia fazer prospecção de clientes com promessas e objectivos tangíveis.
É pena a APECOM não ter um papl influnte, muitas Speedcoms eram erradicadas.
Caro Renato,
Parece-me óbvio que 500 euros não pagarão um serviço de comunicação, relações públicas ou marketing com qualidade.
O que também acho, é que esta é uma excelente oportunidade para os profissionais do sector explicarem quais são exactamente os serviços que prestam e qual o impacto que esses serviços têm no negócio dos clientes. Isto ajudará os clientes a diferenciarem entre uns e outros.
As empresas estão no seu direito de contratar empresas como a Speedcom, especialmente se acharem que os serviços por elas prestados vão de encontro aos seus objectivos comerciais.
A minha abordagem (consultoria de marketing para PME's) é bastante diferente da da SpeedCOM. Eu ajudo as PMEs a adequarem o seu marketing mix ao contexto competitivo, tendo em conta os seus objectivos comerciais e recursos internos. Não ofereço soluções mágicas, nem pacotes formatados.
Caro João,
O problema é que anda muita gente a vender gato por lebre. E infelizmente, dada a saúde económico-financeira das empresas nacionais ser muito débil, principalmente das PMEs, estas preferem empresas que lhes apresentem orçamentos muito reduzidos, em vez de tentarem perceber o porquê de um custo tão baixo. Resultado: gastam o dobro pois recorrem a outra empresa!
Renato Póvoas
Estamos a falar de coisas que são muito claras para quem "está dentro do círculo".
Há PME's geridas por pessoas que não têm estas noções. Não reconhecem agências de comunicação duvidosas nem ponderam como será feita a análise de resultados.
Por isso não me admira que apareçam estas agências. E já estou a contar que desapareçam do mapa (ou mudem de nome) quando os clientes começarem a abrir os olhos.
Caros colegas de comunicação, tendo em conta as NTI, a tedência Orkut, Mkt viral, Adsenses, etc, não são tão inviáveis assim 500€ para um pacote mínimo de comunicação (com mecanismos de avaliação de ROI associados).
Positivamente, acho que vai abanar as estruturas das empresas de comunicação no sentido dos altos honorários que cobram, muitas vezes com resultados iguais aos que se imaginam num "pacote mínimo" de comunicação.
Quanto aos profissionais, e parafraseando Renato Póvoas diz e muito bem: "...mais profissionais e responsáveis do que éramos ontem....", e João Plantier "...é uma excelente oportunidade para os profissionais do sector explicarem quais são exactamente os serviços que prestam...";
Pois muito bem, é tempo de passar da palavra à acção e reflectir sobre uma associação profissional (associação, sindicato, ordem,...)que defenda os verdadeiros profissionais e a actividade.
Bjs e abrçs
PR-RP
Sendo ainda apenas um estudante de RP, e não tendo o conhecimento practico, que todos os que comentaram até agora aparentam ter, tb eu fiquei deveras surpreendido com o valor apresentado.
Mas se estes pacotes são pra PME's, msm que consiga algo lá no "jornal da terra" (como disse o Renato Póvoas), não será já isso uma "vitória" para uma empresa que talvez nunca tenha conseguido, se quer, atingido isso??
A comunicação regional para os meios locais é certamente importante. No entanto, se no nosso país os jornais nacionais já vendem pouco comparativamente com outros países, os OCS locais em Portugal têm uma expressão ainda mais reduzida. Daí eu achar que cobrar por um serviço tendo como target exclusivamente os meios regionais é certamente muito pouco.
Renato Póvoas
É o mercado que decide. Não tem nada a ver com o papel relevante ou não da Apecom. Se houver alguém que queira vender o serviço por 100 euros ou mesmo se o quiser oferecer é um problema de mercado. Cabe às outras agências apresentar melhor "value for money"
João Duarte
Que interessante este artigo. Estava a procura de ajuda para a minha empresa (tenho uma pequena empresa) e já sei a quem recorrer. O que todos esquecem é que uma PME tem um fluxo de informação ou se preferirem material passível de ser divulgado que em nada se assemelha ao de uma grande empresa. Eu pedi um orçamento a várias agências de comunicação (umas são até perfeitas desconhecidas no mercado)e os preços estão muito acima das nossas possibilidades. Não me interessam outros serviços de marketing e relações públicas, isto nos é possível fazer internamente. Só nos interessa o contacto pontual com os meios de comunicação. Permitam-me discordar, mas creio que um serviço deste tipo faz todo sentido!
Enviar um comentário