sexta-feira, 25 de julho de 2014

Felizmente que os responsáveis pelo Turismo de Portugal já perceberam que os tempos mudaram





O Público refere na sua edição de hoje (ver aqui) que o Turismo de Portugal irá deixar de financiar o Rali de Portugal. O apoio, na ordem de um milhão de euros, irá ser canalizado para outras áreas como a captação de rotas aéreas, parcerias com operadores turísticos e otimização do trabalho que tem sido desenvolvido ao nível do marketing digital na promoção externa do país. A decisão desta entidade estatal prende-se essencialmente com a falta de retorno do rali ao nível da projeção turística.
 
Parece-me uma decisão totalmente acertada por parte do Turismo de Portugal, em que, uma vez mais, mostra ter uma estratégia bem definida, baseada não só no retorno circunstancial do evento mas também no retorno de projeção para o país. A dimensão e os recursos financeiros do país não permitem apoiar todos os eventos e iniciativas, mesmo aqueles em que, como no caso do Rali de Portugal, existe um histórico grande. Os tempos atuais exigem uma aplicação criteriosa dos dinheiros públicos, decisões muitas das vezes difíceis por romperem com o passado e com interesses fortemente instalados. Mais do que a emoção, um tom comum nestas discussões – um evento com tanta história no nosso país – temos de passar definitivamente para o campo racional, onde as métricas e a efetividade dos resultados ditam a orientação dos investimentos.
 
É incomportável e não faz sentido apoiar anualmente cerca de 40 eventos como o Turismo de Portugal fazia até aqui. Pulverizar o investimento por iniciativas de pequena dimensão e não estratégicas, que servem pouco mais do que os interesses dos seus promotores, não contribuem para posicionar Portugal nas áreas e targets prioritários. No caso aqui referido, não está em causa o mérito desportivo da prova, mas sim o retorno gerado para o turismo do país.

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