Sempre me dei bem com a criatividade. É desta forma que
encaro a comunicação e todos os projetos com que me envolvo no dia-a-dia. Os
melhores resultados e os maiores sucessos meus e da minha equipa foram conseguidos
assim. Muitas das vezes com meios e orçamentos modestos. A diferença sabem onde
esteve? Em ter ou não "tomates" para avançar com aquela ideia “puta madre”, como
dizem os meus amigos espanhóis.
Nos muitos eventos, conferências, fóruns ou summits – agora muito em voga por cá -
que existem atualmente, é frequente assistirmos a fantásticos discursos, que
nos fazem acreditar, por segundos, que o mundo lá fora é brilhante, tal é a
força das palavras e ideias transmitidas. A esmagadora maioria dos oradores, sejam
eles clientes ou profissionais de agências, adota quase sempre um tom
inspiracional, motivador e suportado por um conjunto de clichés e blá-blá-blás
tecnológicos. O mesmo se passa nas bonitas entrevistas dadas aos meios da
especialidade. Agora quando passamos à execução…. a realidade é bem diferente.
A comunicação na atualidade é cada vez mais ineficaz, não só
pelo paradigma complexo e caótico em que vivemos, mas também muito por culpa de
quem apresenta e aprova ideias que estão mortas à nascença. Muitas vezes não é
necessário ser um génio para antecipar isto mesmo. Agora qual a razão de isto
acontecer? Basicamente porque todos jogam à defensiva, apenas para cumprir
calendário e ninguém se quer comprometer com os efeitos não controlados daquela
ideia meio louca, que nunca ninguém ousou implementar.
Hoje necessitamos de heróis, do lado do cliente e das
agências, que tenham os já mencionados "tomates", que não temam ser despedidos, e
ideias Jackie Chan que “partam a loiça toda”. Por muito bonito que seja, a
comunicação não pode ser uma simples valsa, onde o cliente e a agência se
embalam um ao outro e o cliente fica de fora a assistir.
Em muitos dos casos o sucesso alcança-se com ideias simples
e originais e, acima de tudo, que faça sentido e seja valorizado pelo cliente.
Se me permite um conselho: não siga tendências. Procure antes ser você a
referência.